A violeta mais bela que amanhece
No vale, por esmalte da verdura,
Com seu pálido lustre e fermosura,
Por mais bela, Violante, te obedece.
Perguntas-me porquê? Porque aparece
Em ti seu nome e sua cor mais pura;
E estudar em teu rosto só procura
Tudo quanto em beldade mais florece.
Oh luminosa flor, oh Sol mais claro,
Único roubador de meu sentido,
Não permitas que Amor me seja avaro!
Oh penetrante seta de Cupido,
Que queres? Que te peça, por reparo,
Ser, neste vale, Eneias desta Dido?
No vale, por esmalte da verdura,
Com seu pálido lustre e fermosura,
Por mais bela, Violante, te obedece.
Perguntas-me porquê? Porque aparece
Em ti seu nome e sua cor mais pura;
E estudar em teu rosto só procura
Tudo quanto em beldade mais florece.
Oh luminosa flor, oh Sol mais claro,
Único roubador de meu sentido,
Não permitas que Amor me seja avaro!
Oh penetrante seta de Cupido,
Que queres? Que te peça, por reparo,
Ser, neste vale, Eneias desta Dido?
Luís de Camões
(c. 1524-1580)
Dido e Eneias, de Henry Purcell (1659-1695)(c. 1524-1580)
No final do 1º minuto poderão ouvir uma das mais belas árias da história da música.
Nesta brilhante interpretação:
Dido - Stéphanie d'Oustrac; Les Arts Florissants dirige William Christie.