sábado, 2 de janeiro de 2010

Vento no rosto

Maria Lameira: Entardecer no Alentejo
À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.

As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.

Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.

Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.

António Gedeão
in Movimento Perpétuo, 1956

8 comentários:

  1. O poema é mt bonito e eu nao conhecia, só por isso ja valeu :)
    Mas a imagem é lindaaaaaaaaaaaa, ADOREI!
    Tb gostei mt da musica do post abaixo...
    Conclusao: adoro a blogosfera!!!

    Vou voltar com mais tempo e prestar mais atençao em mais coisas daqui!

    um beijo
    e
    obrigada pela visita
    e
    parabéns pleo blog!!

    fatima

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  2. Lindo este poema de Gedeão.
    Uma simplicidade poética enorme. Adoro.
    Muitos beijos, obrigada pela partilha.

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  3. Uma boa escolha, igualmente intensa...Pela simplicidade, pela verdade expressa...
    Obrigada pela visita....e um bom ano 2010....
    Beijos e abraços
    Marta

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  4. António Gedeão, sempre uma óptima escolha!
    Parabéns!
    um abraço
    ana claudia

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  5. Venho atrasada 3 dias, mas nunca é tarde para desejar uma vida feliz.
    É o que lhe desejo.
    Um abraço
    Eduarda

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  6. A noite, como o sonho, transforma em ouro o rabo do touro. :)

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  7. Há noites assim! E deixamo-nos amar e estamos predispostos a amar toda a gente...Gedeão era Sábio!
    Bjs.
    Maria Mamede

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